sexta-feira, 6 de março de 2009

O NASCIMENTO DO EGO

"Todos esses sentidos abrem-se para fora. O nascimento é isso!"
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Uma criança nasce sem qualquer conhecimento, sem qualquer consciência de seu próprio eu. E quando uma criança nasce, a primeira coisa da qual ela se torna consciente não é ela mesma; a primeira coisa da qual ela se torna consciente é o outro. Isso é natural, porque os olhos se abrem para fora, as mãos tocam os outros, os ouvidos escutam os outros, a língua saboreia a comida e o nariz cheira o exterior. Todos esses sentidos abrem-se para fora. O nascimento é isso. Nascimento significa vir a esse mundo: o mundo exterior. Assim, quando uma criança nasce, ela nasce nesse mundo. Ela abre os olhos e vê os outros. O outro significa o tu.

Ela primeiro se torna consciente da mãe. Então, pouco a pouco, ela se torna consciente de seu próprio corpo. Esse também é o 'outro', também pertence ao mundo. Ela está com fome e passa a sentir o corpo; quando sua necessidade é satisfeita, ela esquece o corpo. É dessa maneira que a criança cresce.

Primeiro ela se torna consciente do você, do tu, do outro, e então, pouco a pouco, contrastando com você, com tu, ela se torna consciente de si mesma. Essa consciência é uma consciência refletida. Ela não está consciente de quem ela é. Ela está simplesmente consciente da mãe e do que ela pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, se a mãe aprecia a criança, se diz 'você é bonita', se ela a abraça e a beija, a criança sente-se bem a respeito de si mesma. Assim, um ego começa a nascer.
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3 comentários:

Anônimo disse...

Bom texto!

Solange Maia disse...

Carlos,

Que linda essa maneira de pensar o nascimento... é assim mesmo, pelo outro é que a gente começa a se perceber... e já reparou como, de certa forma, isso continua assim quando a gente "cresce" ?!

E... claro que você pode publicar meu texto no seu blog... é uma honra, me faz feliz demais !!!

Obrigada, viu ?

Fez minha sexta-feira feliz !!!
Depois me conta em que blog, tá ?

Beijo carinhoso,

Solange

http://eucaliptosnajanela.blogspot.com

Escrevendo na Pele disse...

Amei esse texto e confesso que parei para relê-lo.