sexta-feira, 24 de julho de 2009

DEMOCRACIA

"Democracia significa que cada indivíduo tem o direito de viver de acordo com a sua luz, ele não deveria ser impedido disso"
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Na circunferência as pessoas são diferentes, e elas deveriam ser diferentes, e todos deveriam manter sua individualidade na circunferência. A pessoa nunca deveria fazer concessões por razão alguma. Só então podemos criar um mundo realmente democrático. Democracia real significa que a massa, a multidão, não está mais no controle da vida individual.

Democracia é menos um fenômeno político do que um fenômeno religioso.
Democracia é uma visão de vida totalmente nova. Ela ainda não aconteceu em lugar nenhum; ainda tem que acontecer. Democracia significa que cada indivíduo tem o direito de viver de acordo com a sua luz, ele não deveria ser impedido disso. A não ser que ele se torne um distúrbio ou um problema para outros, a ele deveria ser permitida toda a liberdade em todos os aspectos da vida.

Essa e a minha visão de um mundo realmente democrático. É assim que eu gostaria que fossem meus
sannyasins: nenhuma interferência na vida de ninguém. Um grande respeito tem que ser dado ao outro. Mas no centro, todo mundo é o mesmo. Quando você medita você se move em direção ao centro. Nos momentos mais profundos de meditação, todas as diferenças desaparecem. Você é universal lá, não individual.

E você tem que ser ambos: individual e universal. E você tem que ser muito flexível e fluido entre esses dois. Deveria ser tão fácil como quando você sai para fora de seu lar, da sua casa.
Quando está frio demais lá dentro você vem para fora, você se senta ao sol. Quando fica quente demais você entra. Isso não cria nenhum problema; você simplesmente entra, você sai. Não há problema algum - é a sua casa.

Uma pessoa deveria ser capaz de viver na circunferência e no centro facilmente. Ela deveria ser capaz de se mover do
mercado ao espaço meditativo e do espaço meditativo ao mercado - sem nenhum problema, facilmente, espontaneamente.
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2 comentários:

angela disse...

Para mover-se assim teriamos que conseguir mover-nos para dentro facilmente, mas estar em estado meditativo não é facil, infelizmente.
abraços

Lúcia leite disse...

A democracia, defendida pelos gregos na Antiguidade, é uma forma de organização política em que o povo controla diretamente a gestão da sociedade, sem delegar poderes significativos ou conceder autonomia de ação a representantes ou mandatários, por oposiçao a democracia representativa com a qual convivemos atualmente.
A democracia que vivemos é trágica no sentido grego, que significa o embate agonístico entre o "destino" e a vontade. Se vislumbra a possibilidade do homem reger seu próprio "destino", no sentido de vida. Todo homem tem seu valor, o que está em jogo é a liberdade, dignidade e respeito. O valor de um homem está não no que possuí, mas em adquirir seus direitos e lutar por preservá-los, e não achar que é a liberdade democrática que os outorgou. Vencer no sentido argumentativo e não no sentido de eliminar o outro.
Os gregos viviam a democracia direta, pois achavam a representação uma exclusão, e de fato o é, representação e exclusao fazem parte do mesmo movimento. A atual sociedade é excludente, excluí negros, homossexuais analfabetos, estrangeiros, párias, etc. Por isto vive em embate constante com estes grupos que lutam por seus direitos. O cidadão só existe se participa da formação da sociedade. Por isto os antigos gregos achavam um absurdo o cidadão ser representado. E por isto mesmo exerciam a cidadania ativa. Na democracia por representaçao sempre há imposição de um ser para outro, do mais forte para o mais fraco, temos que repensar isto, até que ponto ao outorgarmos direito a outrem de decidir por nós, estamos vivendo em liberdade. Atualmente vivemos um vazio conceitual, que o mundo construiu com seus valores distorcidos, isto porque as relações do mundo não são mais as mesmas, passamos por vários problemas , e precisamos tomar as rédeas de nossas vidas. Vivemos experiências tão arrasadoras em termos de sociedade, que de tão absurdas que são não conseguimos mais dar nome as coisas, criando este vazio conceitual, precisamos nos reconciliar com o mundo. Este mesmo mundo que nos criou este vazio, pois esta irreconciliação provoca este processo de esquizofrênia coletiva, de vazio existencial. As nossas instituições estão preocupadas com a representação teórica da realidade e não com a realidade em sí, em de fato resolver nossos problemas coletivos. Vivemos um embate, em que só nos saímos perdendo, precisamos tomar nossas decisões baseadas em nossa vontade , procurando atender nossas necessidades de ser autônomos, conscientes e livres. Desde que esta liberdade não fira os direitos de outrem. Precisamos realmente repensar nosso conceito de democracia e liberdade, que ela seja uma conquista do ser e não uma outorga de grupos que se acham no direito de decidir o que podemos ou devemos fazer, se arbitrando em juízes da vida alheia e nem com méritos para isto, ao contrário. Que possamos viver nossa liberdade de forma consciente e responsável sem agredir os interesses e direitos do outro.